O fim de quem com [o meio] eça

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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Balanço com meia dose de Red e meia de Black

Outro dia tinha vinte anos, redondos e não poucos. Trabalhava num escritório com gente muito boa “mercadeando”, nem sempre em bom português. Usava uns cabelos cultivados, adubados com uma farta e algo objetiva criatividade. Trazia, no que eu viria a chamar de quarto quirodáctilo, um anelar direito vestindo uma banda de metal dourado na cintura. Ha! Eu tinha um monte de certezas! Todas elas deliciosamente cômodas e simples... Uma carcaça de frente empunhando um jesus prostrado à cruz pelos pulsos e um fosso vazio nas costas para drenar o que viesse depois. Antes da mãe perdi o filho deixando nu o dedo omisso de protesto. E o fosso encheu... Libertadores!!! Da garganta ao ventre veio o doutor e doutor não trabalha em escritório. Filho não vive sem mãe! Cadê o pai? - Nem sabe o que quer da vida e vai fazer vestibular? Vinte e poucos? – Vou sim! Acabaram o cabelo e as certezas, boto uns livros em cima da mesa e meu Jesus negro-branquinho há de me ajudar! Daqui a pouco chego nos trinta e finalmente começo a trabalhar. - Será que mãe vai juntar com o pai pro menino formar? – Eu peço calma, minha gente, calma pro menino estudar... Dá licença que eu vou ver um jogo pra desanuviar...